Fragmentação socioespacial e temporal do espaço público em Chapecó, Mossoró e Marabá

Autores/as

Resumen

Se apresenta uma análise do espaço público das cidades médias de Chapecó, Mossoró e Marabá, desde uma perspectiva geográfica, analisando a infraestrutura de lazer destas cidades, assim como as práticas nelas realizadas. Se discute de forma crítica a categoria forânea de “morte” do espaço público, contrapondo uma análise empírica de três cidades médias brasileiras, no contexto da teoria relacionada à fragmentação socioespacial. Também se apresentam características dos espaços públicos dessas cidades que diferem das encontradas em grandes metrópoles: nas cidades pesquisadas, temos a presença de extensas e bem equipadas áreas de lazer localizadas em regiões centrais, sendo utilizadas pelas classes médias, mas também por moradores de áreas periféricas, se bem que de maneira temporalmente fragmentada, é dizer, durante dias diversos. Por outro lado, se observam tendências para a privatização das tradicionais funções do espaço público e maior uso de normas e controles, explícitos ou implícitos, mas não sem disputas e resistências por parte dos usuários. Sendo assim, os dados recolhidos se contrapõem às teorias excessivamente pessimistas relacionadas à “destruição” ou “morte” inexorável do espaço público. A metodologia utilizada foi a revisão bibliográfica, análise de planos diretores, realização de entrevistas, aplicação de enquetes, elaboração cartográfica e trabalho de campo.

Palabras clave:

cidades médias, "morte" do espaço público, Brasil

Biografía del autor/a

Pablo Bender, Instituto Federal de Santa Catarina

Doctor en Geografia Humana - Universidade Federal de Santa Catarina (Brasil). Becario de posdoctorado en el Proyecto Temático FAPESP: Fragmentação socioespacial e urbanização brasileira: escalas, vetores, ritmos e formas (FragUrb). Profesor en el Instituto Federal de Santa Catarina - Campus Gaspar, Brasil.

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